PROJETO VIDA NO DIÁRIO DE NATAL DE NOVO!

Esta reportgagem foi postada no Jornal Diário de Natal dia 19 de setembro de 2010!



Enquanto o Ministério da Saúde divulga a implantação de máquinas que fornecem camisinhas, que deve começar até o final do ano em algumas capitais brasileiras, a Escola Estadual Professor Francisco Ivo Cavalcanti, em Natal, já conta uma história de cerca de quatro anos do Projeto Vida, que, como define o coordenador, Jorge Magno, disponibiliza, ao invés de distribuir, os preservativos.



No meio da polêmica que gira em torno da medida ministerial, pensada há aproximadamente dois anos, mas divulgada com mais destaque na imprensa nacional nos últimos dias, Jorge, que é professor de geografia, faz questão de frisar que a ação deve ter um cunho educativo e não servir de instrumento para a banalização do sexo. "Não é entregar por entregar (a camisinha), mas conversar, fazer todo um trabalho de conscientização e discussão sobre a sexualidade junto aos adolescentes e aos pais também", explicou o docente.



Única de Natal a disponibilizar os preservativos, a escola Francisco Ivo, localizada no Alecrim, Zona Leste, despertou para a forma de educação sexual depois de constatar, por meio de pesquisa, que havia grande quantidade de adolescentes grávidas matriculadas no local. "Nessa época, houve uma reunião estadual com cerca de 13 escolas, mas só nós aderimos", disse Jorge Magno.

Segundo o professor, a Escola Estadual Atheneu chegou a fazer, depois, a disponibilização, mas acabou desistindo do projeto. Agora, o município de Caicó, localizado no Seridó, a 256km da capital, está começando o trabalho com os reservativos, já disponibilizados em seis escolas, de acordo com o professor.

Em Natal, cerca de 20 jovens estudantes auxiliam Jorge Magno na Francisco Ivo. Os alunos interessados fazem um cadastro, participam de palestras, oficinas e reuniões juntamente com pais e professores, e podem pegar os preservativos numa sala específica do Projeto Vida, dentro do próprio colégio, que tem quase 1,5 mil discentes matriculados, todos no Ensino Médio. De acordo com o coordenador, por mês,são distribuídas, em média 2,3 mil camisinhas, atendendo também a funcionários e pessoas da comunidades que não estudam na escola.

O estudante universitário Juniedson Ribeiro, 21 anos, é o coordenador juvenil do Projeto Vida, está desde o início e acredita que um dos pontos que contribuem para o sucesso da iniciativa é o apoio dos pais e professores, que chegaram a resistir inicialmente, mas foram convencidos após uma reunião feita antes de o grupo começar a disponibilizar as camisinhas. "Hoje, não há nada que atrapalhe, até porque levamos informação corretamente, evitando que os alunos procurem na rua, de forma contraditória, as respostas que precisam", opinou o jovem.